Tendências
pedagógicas
Pedagogia
liberal
O termo liberal não tem o sentido “avançado”, “democrático”, “aberto”, como
costuma ser usado. A doutrina liberal apareceu como justificação do sistema
capitalista que, ao defender a predominância da liberdade e dos interesses
individuais da sociedade, estabeleceu uma forma de organização baseada na
propriedade privada dos meios de produção, também denominada sociedade de classes. A pedagogia
liberal, portanto, é uma manifestação própria desse tipo de sociedade.
A
pedagogia liberal teve 3 vertentes:
1º
Tendência liberal tradicional:
Criança: capacidade
de assimilação igual a do adulto, porém menos desenvolvida;
O aluno é educado
para atingir pelo próprio esforço sua plena realização pessoal.
2º
Tendência liberal escola nova:
- Não directiva:
Esconde as realidades
das classes sociais;
O aluno é o centro do
processo de ensino;
Valorização do
aspecto psicológico.
- Diretiva:
As
atividades acontecem de acordo com as realidades do aluno;
O
professor é um mero facilitador da aprendizagem;
A
modificação da aprendizagem é o desejo de adequação pessoal na busca de
auto-realização.
3º Tendência liberal Tecnicista.
Antes
de falar sobre a Tendência liberal tecnicista veremos no que ela se
fundamentou, no TAYLORISMO.
A sociedade industrial: Ao analisar a
práxis humana, constatamos que ela supõe uma “trabalho material”, cujo
resultado é a produção dos bem materiais. Para tanto, o homem antecipa a ação
por meio do pensamento, criando ideias, teorias, que seriam na verdade seriam o
resultado do “trabalho não material”, ou seja, o trabalho intelectual.
….
Com isso aqueles que se ocupam com o trabalho intelectual tendem a desprezar os
trabalhadores braçais que assumem essa “inferioridade”… como o trabalhador não
realiza uma reflexão… acolhe sem pensar as regras vigentes da sociedade.
O taylorismo: Com o desenvolvimento
fabril, dá-se a agravante introdução do sistema parcelado de produção, tornando
a execução do trabalho mais mecânica a mais fragmentada. Essa divisão é
intensificada no início do século XX, quando Henry Ford introduziu o sistema de
montagem na indústria automobilística. Esse sistema visa aumentar a
produtividade e diminuir o tempo.
O taylorismo e o professor: A
legislação é aprovada sem a participação efetiva do profissional de educação e
muitas das vezes o planejamento é feito extremamente, com pacotes de materiais
curriculares que transformam o professor em simples executor de um projeto.
O taylorismo e a escola: A escola
transmite as ideias e valores que justificam as práticas sociais vigentes…
Tendência liberal tecnicista
A tendência tecnicista subordina a
educação à sociedade, tendo como função a preparação de “recursos humanos”
(mão-de-obra para a industria). A sociedade estabelece as metas económicas,
sociais e politicas, a educação treina nos alunos os comportamentos de
ajustamento a essas metas.
ü
Manifestações de
prática pedagógica escolar no Brasil;
Surge no Brasil em
meados da década de 50, mas é introduzida efetivamente no final dos anos 60,
com predomínio a partir de 1970.
As leis 5.540/68
(ensino universitário) e 5.692/71
(ensino de 1º e 2º graus), são marcos do modelo tecnicista.
Surge a figura do
Supervisor Educacional.
ü
Pressupostos
teóricos;
Aprendizagem é
modificação de desempenho.
O aluno é submetido a
um processo de controlo de comportamento, afim de ser levado a atingir
objectivos previamente estabelecidos.
O ensino é organizado
em função de pré-requisitos.
Ensino: processo de
condicionamento/reforço da resposta que se quer obter, acontece através da: operacionalização dos objectivos e
mecanização do processo.
Não se preocupa com o
processo mental do aluno, mas sim com o produto desejado.
Busca-se a
“eficiência”, a “eficácia” a “qualidade” a “racionalidade”, a “produtividade” e
a “neutralidade” na escola, que deve funcionar como uma empresa.
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Representantes ou
teóricos;
1.
Gagné.
2.
Bloom.
3.
Cosete Ramos.
4.
*Skinner.
*FREDERIC SKINNER: nasceu em 20 de março
de 1904 na cidade de Susquehanna Pensilvânia (EUA), onde morou até o ingresso
na escola.
Como
Piaget, gostava de observar os animais, sendo um leitor ávido sobre este tema.
Ainda criança, assistiu uma apresentação de pombos, este acontecimento o
fascinou de tal maneira que muitos anos mais tarte, já psicólogo, dedicou-se a
desenvolver programas de treinamento de pombos, lançando as bases teóricas do
comportamento operante.
Nos
anos 50, os EUA atravessavam uma grave crise educacional: carência de
professores, classes numerosas e pressão publica para melhoria da qualidade de
ensino. Após visitar a classe de sua filha, decide intervir no ambiente
educacional e projeta a máquina de ensinar. Nos anos 20 SIDNEY PRESSEY já havia criado um artefato semelhante, e Skinner
deu o devido crédito ao seu predecessor.
Skinner
deve influências de Watson (1878-1958) que foi o fundador do Behaviorismo e
Pavlov (1849-1936) fisiologista russo foi um pesquisador incansável.
O condicionamento operante
Skinner denominou o condicionamento
pavloviano de respondente e em
oposição formulou o conceito de comportamento operante que considerava mais
representativo de situação de aprendizagem da vida humana. Para Skinner, a
ciência do comportamento deveria estar direcionada para estudar o
condicionamento e a extinção de comportamentos operantes.
O
condicionamento operante, segundo ele, não necessita de nenhum estímulo externo
observável, a ação é primeiramente espontânea. A ação porém gera consequências
que se tornam estímulos para manter ou não àquela ação…, …de forma direta e
explícita, que suscita a resposta.
O
condicionamento operante também é o processo pelo qual um programa de reforços
é capaz de produzir uma modelagem do comportamento humano. Há dois tipos de
reforços: o biológico e o condicionado.
ü
Filosofia
Neopositivista
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Papel da escola
Articular-se com o
sistema produtivo para o aperfeiçoamento do sistema capitalista: provê formação
de indivíduos para o mercado de trabalho. De acordo com as exigências da
sociedade industrial e tecnológica. (bases de taylorismo).
Funciona como
modeladora do comportamento humano. (Skinner “condicionamento operante”)
Preocupa-se com
aspectos mensuráveis e observáveis. O aluno é um ser bio-psico-social.
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Conteúdos de ensino
São as informações
científicas, leis etc., é matéria de ensino que apenas o que é redutível ao
conhecimento observável e mensurável; os conteúdos decorrem, assim, da ciência
objetiva, eliminando-se qualquer sinal de subjectividade. O material
instrucional encontra-se sintetizado nos manuais, nos livros didácticos, nos
módulos de ensino, nos dispositivos audiovisuais.
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Função da avaliação
Ênfase na
produtividade do aluno, uso de testes objetivos.
Realização de
exercícios programados, está diretamente ligada aos objetivos estabelecidos.
Ocorre no final do processo com a finalidade de constatar se os alunos
adquiriram os comportamentos desejados.
Prática diluída,
eclética e pouco fundamentada, com apego aos livros didácticos.
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Relacionamento
professor-aluno
O professor é apenas
um elo de ligação entre a verdade científica e o aluno; é o técnico responsável
pela eficiência do ensino, quem administra as condições de transmissão de
matéria.
O aluno é um ser
fragmentado, espectador que está sendo preparado para o mercado de trabalho.
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Método de ensino
Consistem nos procedimentos
e técnicas necessárias ao arranjo e controle nas condições ambientais que
assegurem a transmissão/recepção de informações. Se a primeira tarefa do
professor é modelar as respostas apropriadas aos objetivos instrucionais, a
principal e conseguir comportamentos adequados pelo controle de ensino…
A tecnologia
educacional é a “aplicação sistemática de princípios científicos
comportamentais e tecnológicos a problemas educacionais, em função de
resultados efectivos, utilizando uma metodologia e abordagem sistémica e
abrangente.
Os componentes
básicos: objetivos instrucionais operacionalizados em comportamentos observáveis e mensuráveis,
procedimentos instrucionais e avaliação.
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Técnicas de ensino
Coloca a atenção a
atenção em modos instrucionais que possibilitam controle efetivo dos
resultados:
-instrução programada;
-pacotes de ensino;
-módulos instrucionais, etc.
-técnicas de microensino.
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Modelo de
conhecimento
S
«----- O
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Opinião “Dermeval Saviani”
Compreende-se, então,
que para a pedagogia tecnicista a marginalidade não será identificada com a
ignorância nem será detectada a partir do sentimento de rejeição. Marginalizado
será o incompetente (no sentido da palavra), isto é, o ineficiente e improdutivo.
A educação estará contribuindo para superar o problema da marginalidade na
medida em que formar indivíduos eficientes, isto é, aptos a dar sua parcela de
contribuição para o aumento da produtividade da sociedade. Assim, estará ela
cumprindo sua função de equalização.
ü
Referencias
SAVIANI, Demerval, Escola e democracia: teorias da educação, curvatura
da vara, onze tezes sobre a educação política. 39. ed. Campinas, São Paulo,
Autores associados, 2007.
MACIEL, Ira, Psicologia e Educação: novos caminhos para formação, pg. 237, Rio de
Janeiro, 2001.
ARANHA, Maria, Filosofia da Educação: as relações de trabalho, a tendência
tecnicista, 2. ed. rev. ampl. São Paulo, SP, Moderna, 1996.
____, Concepções
e tendências da educação e suas manifestações na pratica escolar:
pedagogia liberal tecnicista.
____, Tendências
pedagógicas na prática escolar: pedagogia liberal tecnicista, cap. 3.
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